
Passei bem juntinho a ele e fixei os seus olhos.
Há tanto tempo não o via...
Já nem lembrava o seu aspecto,...
O seu cheiro,...
O Amor.
Aquela adrenalina que costumava fazer vibrar tudo em mim.
Ainda sinto. Muito pouco.
Uma sombra!
O me disseram os seu olhos? Desilusão, tristeza e censura. Como uma marca de fogo no meu corpo, assim o está para com a minha alma.
Cortante.
E eu?
Eu desviei o olhar e fiz-me de feliz.
Em segredo confesso, mas não quero que se saiba.
Louca? Já fui. E era tão bom.
Os melhores dias da minha vida!
Viste a sombra? Viste?!
"Acreditar", sabes o que significa?
Eu apenas sei o que me disseram... e disseram-me que quando se acredita não se desiste.
E eu desisti.
Luz? Som?
Tenho tantas saudades.
Como se do maior amor da minha vida.
Mas porque desisti? Se pelo menos fosse feliz por isso.
São 30 agora. Amanhã? 31, depois 32,...
"Muita merda"!
E depois? E entretanto?
Como é possível sentir tão perdida, a alma tão pesada, o corpo tão preso,...
...e este peso que me arrasta?
O véu negro não me deixa ver, mas eu sei que ele ainda lá está.
A sombra moveu-se... Não viste?!
À minha espera? não sei.... Mas ainda lá está.
Preciso libertar-me destes sapatos apertados que não me deixam mover.
Para ser feliz? Talvez.
Como saberei?
Shhhhhhh
Em silêncio, por favor.
Vai começar.
Não quero que o público do Teatro me veja assim.
...tenho vergonha.
1 comment:
Gostei muito de descobrir este blogue.
Post a Comment